Será aberta consulta pública para concessão do porto de Itajaí de US$ 545 milhões

O governo brasileiro abrirá este mês uma consulta pública para a concessão planejada de R$ 2,8 bilhões (US$ 545 milhões) do porto de Itajaí, em Santa Catarina.

O porto provavelmente será um dos ativos do segmento para atrair o maior interesse dos investidores em 2022, de acordo com especialistas locais que conversam com a BNamericas.

O período de consulta decorrerá entre 24 de fevereiro e 10 de abril, informou a autoridade portuária federal Antaq em comunicado à imprensa, sem fornecer informações sobre quando o leilão será realizado.

Itajaí é o segundo maior porto do país em movimentação de contêineres, e transporta quase toda a produção do estado.

Junto com Itajaí, o governo fará nos próximos meses leilões das concessões da operadora portuária capixaba Codesa , da baiana Codeba, da autoridade portuária de Santos em São Paulo e do porto de São Sebastião .

"Na lista de concessões planejadas do governo há portos muito pequenos, com limitações para expansão futura, como os portos de São Sebastião e Codesa. Não tenho certeza do interesse [dos investidores] nesses ativos", Murillo Barbosa, presidente da a associação brasileira de terminais portuários privados (ATP) e ex-diretor da Antaq, disse à BNamericas.

De acordo com Barbosa, Itajaí e Santos são as concessões que provavelmente atrairão o maior apetite dos investidores por seu potencial de expansão.

O fato de Itajaí ser usado para exportar açúcar, entre outros produtos agrícolas, pode interessar a investidores financeiros.

“Existem muitos fundos de investimento globais interessados em investir no segmento agrícola brasileiro e esses fundos veem a área portuária como um ativo de infraestrutura diretamente ligado ao setor de commodities”, Clovis Meurer, fundador da associação brasileira de private equity e venture capital ABVCAP, disse BNamericas.

DETALHES DA CONCESSÃO ITAJAI

A futura concessionária atuará como operadora portuária e de contêineres, prestando serviços diretamente aos usuários.

O contrato será de 35 anos, com possibilidade de prorrogação de até 70 anos.

A taxa mínima do leilão foi fixada em 603 milhões de reais.

O vencedor do leilão pagará uma contribuição fixa ao governo de 25 parcelas anuais de 35,8 milhões de reais, do 6º ao 30º ano do período do contrato.

A concessionária também pagará uma contribuição variável, correspondente ao valor anual resultante da taxa de movimentação de contêineres de 52,6 reais por TEU.