Sheinbaum apresenta plano de investimentos de US$ 277 bi no México

Ao lado de representantes do setor privado, a presidente mexicana Claudia Sheinbaum apresentou o primeiro rascunho do Plano México, que descreve os investimentos para os próximos cinco anos.

“Contabilizamos US$ 277 bilhões em investimentos esperados para chegar ao México sob o objetivo e o plano que estamos desenvolvendo, com empresas específicas que querem se estabelecer no México. Como elas se estabeleceriam, onde e com quais benefícios e incentivos? Ao mesmo tempo, este investimento em cerca de 2.000 projetos já está registrado no portfólio”, disse a presidente durante a apresentação.

Ela reiterou que um plano de investimento misto busca se diferenciar das parcerias público-privadas (PPPs).

“Não queremos mais chamar de público ou privado, mas sim de investimento misto, onde os riscos são compartilhados e os benefícios também, o que também nos permite aumentar a infraestrutura do nosso país onde for possível – sem abrir mão do investimento público, que é essencial para o desenvolvimento”, complementou.

O objetivo de longo prazo é consolidar a posição do México como uma das 10 maiores economias do mundo. Hoje, o país ocupa o 12º lugar.

Para tanto, o plano busca aumentar o investimento como parcela do PIB para mais de 25% a partir de 2026 e mais de 28% até 2030, mas também criar 1,5 milhão de empregos.

Entre os objetivos elencados por Sheinbaum, destacam-se:

– Promover a realocação;

– Aumentar o conteúdo local e regional; substituição de importações;

– Relançar o programa “Made in Mexico”;

– Criar empregos bem remunerados nos setores de manufatura e serviços;

– Aumentar a oferta local de maior valor;

– Promover centros de desenvolvimento e bem-estar no país; criar 10 parques industriais;

– Ampliar o acesso ao ensino secundário e superior;

– Reforçar o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação;

– Promover a integração regional;

– Reduzir de 2,6 anos para um ano os procedimentos para investir no México.

Sheinbaum relatou que após uma primeira sessão com o conselho empresarial multissetorial CADDER, foi alcançado um acordo para fazer uma apresentação mensal e visualizar o progresso de acordo com o cronograma proposto para os meses seguintes.

AGENDA

Após a cooperação em desenvolvimento tecnológico e científico entre empreendedores, universidades e o governo ter começado nesta segunda-feira (13), Sheinbaum anunciou que em 17 de janeiro novos incentivos para a realocação de empresas serão publicados, com metas mais ambiciosas. Uma iniciativa para estimular a digitalização e simplificação de procedimentos será apresentada ao congresso.

Os grupos de trabalho para desenvolver suprimentos locais e reduzir importações começarão a trabalhar entre 20 e 24 de janeiro.

As regras para o autoconsumo de energia serão publicadas em fevereiro, e as leis secundárias sobre questões energéticas serão enviadas ao congresso no início do mesmo mês.

“Entre 24 e 28 de fevereiro, [nós] publicaremos o decreto que inclui pelo menos um polo de desenvolvimento para cada entidade [federal]. Em suma, como vocês podem ver, há um plano claro para incentivar o Plano México este ano”, acrescentou Sheinbaum.

INVESTIMENTO PÚBLICO

A presidente lembrou que um plano de rodovia está sendo desenvolvido, e trabalho está sendo feito no sudeste do país para melhorar a conectividade. Investimentos mistos também são contemplados.

Ela mencionou o plano de trens de passageiros, que visa consolidar os planos de trens do sudeste e do norte do país e desenvolver a ligação entre a Cidade do México, Puebla e Veracruz para o transporte de passageiros e cargas.

Sobre aeroportos, a presidente destacou que o plano contempla investimentos públicos e privados. 

Sheinbaum também espera apresentar o plano energético “muito em breve”. A meta é aumentar a capacidade de geração de 356 para 413 TW/h, com gás e com energia renovável, especialmente solar e eólica.

“Há 145 projetos de transmissão no período de seis anos que [a estatal de energia elétrica CFE] desenvolverá”, comentou.

A presidente também lembrou que foi assinado recentemente um acordo de sustentabilidade e direitos hídricos com empreendedores e distritos de irrigação, envolvendo a modernização de pelo menos 50% dos distritos.

“Todos os procedimentos relacionados a concessões de água e todos os bancos de dados estão sendo simplificados e melhorados, e também há 17 projetos de infraestrutura muito claros em cada lugar. Há 20 bilhões de pesos [US$ 965 milhões] em infraestrutura hidráulica”, mencionou.

No mesmo evento, Altagracia Gómez, coordenadora do CADDER, pediu aos investidores que fizessem três coisas: “primeiro, pensar e agir grande; segundo, cooperar na implementação da estratégia de industrialização que protege os trabalhadores, incentiva a produção e aposta na integração regional; e terceiro, acreditar no México para investir melhor no país”.