Sheinbaum dá início à construção da ferrovia Cidade do México-Pachuca

A presidente Claudia Sheinbaum deu início à construção do trem elétrico de passageiros Cidade do México-Pachuca, prometendo que ele estaria operacional em apenas um ano e meio.

“Irá gerar 40.000 empregos diretos e pelo menos o dobro de empregos indiretos. Em aproximadamente um ano e sete meses, podemos viajar de um ponto a outro em uma hora e 10 minutos. Continuamos a promover trens de passageiros”, afirmou Sheinbaum na plataforma de mídia social X.

Durante o início da construção no fim de semana, Andrés Lajous Loaeza, diretor da Agência Reguladora do Transporte Ferroviário (ARTF), disse que a rota – cuja construção estava inicialmente programada para começar em abril – beneficiará 1,2 milhão de moradores.

Lajous explicou que os trens de Buenavista, na Cidade do México, para a capital do estado de Hidalgo, Pachuca, viajarão a até 120 km/h, enquanto 57 km de via dupla serão construídos na seção Aeroporto Internacional Felipe Ángeles (AIFA)-Pachuca. A construção da ligação Lechería (Buenavista)-AIFA está quase concluída.

A autoridade também informou que o tempo de viagem será reduzido em 25% a 30% em comparação ao transporte rodoviário, de modo que agora levará apenas uma hora e 15 minutos para viajar da Cidade do México para Pachuca e 38 minutos do AIFA para o mesmo destino.

De acordo com cálculos oficiais, a ligação AIFA-Pachuca exigirá 44,7 bilhões de pesos (US$ 2,41 bi). Sheinbaum explicou que as operações nesta seção estavam inicialmente programadas para começar em 2027, não 2026.

“Haverá uma mudança muito importante nas viagens que são feitas diariamente de manhã e à tarde, as quais são viagens para o trabalho, para a escola, entre Pachuca e a Cidade do México”, afirmou Lajous.

O diretor da ARTF comentou que a primeira estação será Xaltocan II, que ficará localizada em frente à estação de trem suburbana de Xaltocan, com a qual terá conexão.

Também haverá uma parada em Xolox, seguida por estações em Tizayuca, Temascalapa e Tepojaco. Além disso, uma parada será em Empalme de El Rey, uma em Platah, um projeto de desenvolvimento logístico e industrial do governo do estado de Hidalgo, uma em Jagüey de Téllez e outra em Pachuca.

Lajous acrescentou que discussões foram realizadas com comunidades e presidentes municipais.

A estação Pachuca será um centro de transferência modal com conexão ao transporte público.

SHEINBAUM DEFENDE PLANO

Em sua coletiva de imprensa desta terça-feira (25), Sheinbaum defendeu seu plano de construir pelo menos 3.000 km de linhas ferroviárias de passageiros, apesar das críticas de que as ferrovias são coisa do passado porque não são lucrativas e, portanto, exigem subsídios e capital privado.

O primeiro rascunho do chamado Plano México para Atração de Investimentos, apresentado por seu governo e pelo setor privado em janeiro, mostra que os investimentos ferroviários sob o programa exigirão 1,24 trilhão de pesos (US$ 58 bi) nos próximos cinco anos para implantar 5.645 km de trilhos em 24 dos 32 estados do país.

As autoridades estimam que o México terá 13 novas rotas de trens de passageiros até o final do atual mandato presidencial de seis anos, em 2030.

“Os trens de passageiros têm muitas vantagens. Basta ver o que o Japão, a China e a Europa fizeram com os trens de passageiros e os benefícios, as vantagens desses trens, não apenas para conectar pessoas, mas também para gerar desenvolvimento regional”, declarou a presidente.

“Não podemos esquecer que em nosso país os trens de passageiros e de carga foram privatizados durante o governo [de Ernesto] Zedillo [1994-2000]. O presidente Andrés Manuel López Obrador [antecessor de Sheinbaum] reviveu os trens de passageiros, especialmente o Trem Maia e a rota Interoceânica, que já é um trem de carga, e o Maia será um trem de carga, porque é o meio de transporte mais eficiente.”

Sobre a ligação Cidade do México-Pachuca, Sheinbaum enfatizou que “há muita mobilidade de pessoas que moram em Pachuca e vêm trabalhar na cidade [capital], e vice-versa. Elas não vão mais usar caminhão ou ônibus. Agora vão usar o trem a preços acessíveis.”