Sierra Gorda busca compensar teores mais baixos com aumento na taxa de processamento

A mineradora Sierra Gorda avança com seus planos de aumentar a taxa de processamento em sua unidade localizada na região de Antofagasta, no norte do Chile.

“Sendo uma empresa de mineração de baixo teor, temos grandes desafios que outras mineradoras não enfrentarão durante anos, por isso é muito importante que nos concentremos em sermos eficientes na produção”, disse à BNamericas Laura Vidoza, engenheira sênior de suprimentos da Sierra Gorda, durante webinar organizado pela Exponor na quinta-feira (19).

A polonesa KGHM (55%) e a australiana South 32 (45%) são proprietárias da mina, que só funciona com energia proveniente de fontes renováveis e água dessalinizada.

A empresa prepara um estudo de viabilidade, que será concluído em junho de 2024, para instalar uma quarta linha de moagem que permitirá aumentar o desempenho em 18%, chegando a 58 milhões de toneladas por ano (Mt/a), indicou a South 32 em seu relatório do terceiro trimestre de 2023, divulgado nesta semana.

A empresa irá aumentar seu investimento em Sierra Gorda de 14 milhões para 210 milhões de dólares no ano fiscal de 2024 – que termina em junho –, segundo seu relatório anual. O documento também indica que, até ao final deste ano, a mina atingirá uma capacidade de processamento de 130 mil t/d.

O próximo passo é avançar para o máximo de 230 mil t/d, afirmou Vidoza sobre o novo projeto de eliminação de gargalos em preparação.

South 32 e KGHM relataram quedas nas vendas de cobre equivalente em seus relatórios trimestrais. Enquanto a primeira teve uma queda de quase 10%, registrando 20,3 mil toneladas no interanual do terceiro trimestre de 2023, a segunda apresentou queda de 1%, registrando 60,9 mil toneladas em comparação com janeiro-setembro de 2022.

Em ambos os casos, o menor teor de cobre no mineral explorado e a menor recuperação tiveram impacto.

A South 32 mantém sua estimativa de produção de cobre para o ano fiscal de 2024 em 89 mil toneladas, enquanto a KGHM destacou o aumento de 33% na produção interanual de molibdênio em setembro.

Outra iniciativa do portfólio da Sierra Gorda é a atualização do depósito de rejeitos e das instalações envolventes à central mineira da Catabela, que envolve um investimento de US$ 400 milhões. O foco é otimizar o gerenciamento de rejeitos – reduzindo a altura das paredes que circundam o recinto para melhorar sua estabilidade –, reduzir a movimentação de material, aumentar a taxa de evaporação e minimizar a ocorrência de infiltrações.

Esse projeto, já aprovado pelo Serviço de Avaliação Ambiental, altera os estudos anteriores para Sierra Gorda, de 2011, e a adaptação operacional do depósito de rejeitos, de 2018.

No ano passado, a SG SCM produziu 172.681 toneladas de cobre fino e 2.493 toneladas de molibdênio.

LICITAÇÕES

Vidoza mencinou que este mês será lançado uma licitação de fornecimento de pneus que lhes permitirá identificar o volume necessário para a operação e outorgar contratos por cinco anos, a partir de 2026. Além disso, “haverá um contrato de outorga única para o fornecimento do Pneu R63 daqui até 2025.”

A decisão nestes casos será anunciada em junho de 2024, indicou.

Enquanto isso, em novembro, será lançada uma licitação para correias transportadoras a partir de 2026, por um período de cinco anos. O resultado é esperado para maio de 2024.