Sigma anunciará decisão sobre expansão de mina de lítio em MG este mês

A Sigma Lithium Resources, com sede no Canadá, planeja anunciar em breve uma decisão final sobre as novas fases de expansão em seu projeto Grota do Cirilo, no estado de Minas Gerais, Brasil.

A empresa, que já está produzindo a fase um da mina na região rica em lítio do vale do Jequitinhonha, com produção prevista de 130 mil toneladas de lítio verde triplo zero este ano, deve revelar detalhes de seus planos de expansão das fases 2 e 3 até o final de setembro.

Em comunicado, a Sigma disse que “a decisão formal de investimento e o início das obras de terraplenagem e encomenda de itens de longo prazo [devem] ocorrer até o final de setembro. A empresa está envolvida com instituições financeiras de desenvolvimento brasileiras e globais para financiar a expansão da produção”.

Se decidir avançar com a expansão após a conclusão de um estudo de viabilidade em andamento, as fases 2 e 3 do projeto deverão aumentar a produção para 766 mil t/ano ou 104.200 t/ano de carbonato de lítio equivalente (CLE).

Entretanto, a empresa também informou que pretende publicar uma estimativa atualizada de recursos, incluindo as áreas da fase 4 projetada, nas próximas semanas.

Toda a produção da Grota do Cirilo, atualmente, é exportada para produção de baterias na China, mas uma mudança no cenário local pode abrir espaço para a Sigma olhar para o mercado interno, à medida que os veículos elétricos (VEs) ganham escala no Brasil e com a intenção do governo de desenvolver uma cadeia industrial local.

“A prefeitura de São Paulo quer acelerar o plano de eletrificação da frota de ônibus. Já temos um plano aprovado para ter 2,6 mil ônibus elétricos na cidade até o final de 2024, mas há espaço para mais avanços nos próximos anos, com muitos mais ônibus sendo adquiridos”, disse Gilberto Natalini, secretário de Mudanças Climáticas da cidade, à BNamericas.

Quando a Sigma iniciou o projeto Grota do Cirilo, apostava fortemente no rápido crescimento das vendas de VE na China, Europa e EUA, mas o aumento das vendas no Brasil será um impulso bem-vindo.

Em 2022, as vendas de VEs no Brasil atingiram o recorde de 49.245 unidades, ante 34.990 unidades em 2021, segundo a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE).

Com o crescente crescimento desse setor com matéria-prima para abastecer a produção de baterias, o governo brasileiro quer criar um polo industrial local para diversificar a indústria e evitar apenas exportar matérias-primas.

“No passado, o Brasil já era o maior exportador de ônibus para outros países da região, como Uruguai e Argentina, e podemos ter esse papel também nos veículos elétricos, tendo aqui a produção industrial”, disse Adalberto Maluf Filho, secretário de Meio Ambiente Urbano do Ministério de Meio Ambiente e Mudança do clima e ex-presidente da ABVE, à BNamericas.