Southern Copper avança com projeto peruano Tía María

A Southern Copper, braço de mineração do Grupo México, está otimista em relação ao futuro do projeto peruano Tía María, na região de Arequipa.

A mineradora, que anunciou o reinício formal das atividades do projeto no dia 1º de julho, vai atualizar o estudo de impacto ambiental já aprovado do projeto, que previa o uso de água dessalinizada, para incluir a construção de uma represa de 60 Mm³ (milhões de metros cúbicos) para utilização nos segmentos de mineração e agrícola.

Segundo o CEO da Southern Copper, Óscar González Rocha, dos 60 Mm³, cerca de 53 Mm³ serão destinados ao uso agrícola, enquanto Tía María demandará apenas 7 Mm³. “O estudo correspondente [da represa proposta] ficará pronto até agosto de 2024, e a ideia é que toda a água fique na região de Arequipa. Já falamos com o Ministério de Energia e Minas (Minem) e vamos apresentar o projeto à Autoridade Nacional de Água [ANA] para aprovação”, disse o executivo a uma rede de televisão local.

A construção da barragem levará cerca de um ano e meio. A previsão é que a referida infraestrutura seja concluída até meados de 2026. Tía María, cujo capex de US$ 1,4 bilhão deverá ser revisado para cima, reiniciou as atividades de pré-construção – revisão de estudos, estado dos equipamentos, entre outras –, e o início das obras está previsto para o final deste ano.

“O projeto poderá iniciar a construção assim que a modificação for autorizada. Atualmente, temos todo o equipamento necessário para começar, exceto uma planta de lixiviação que tivemos que vender. Vamos comprar uma nova. Esperamos iniciar a produção em meados de 2027”, acrescentou González Rocha.

Tía María foi projetada para produzir 120.000 t/ano de cobre. Segundo González Rocha, na fase de construção, serão necessários até 9.000 trabalhadores, enquanto na fase operacional, cerca de 4.800. “Temos aproximadamente 200 pessoas trabalhando [no projeto]. Esperamos que sejam 1.000 até o final do ano, com o objetivo de iniciar os preparativos para a instalação da planta de lixiviação”, explicou o executivo.

Quanto às obras adicionais, Tía María exigirá uma conexão ferroviária com a fundição de Ilo, na região de Moquegua, de onde serão trazidos carregamentos de ácido sulfúrico para os processos de lixiviação, e uma ligação com o Porto de Matarani, através do qual os concentrados de cobre serão exportados.