Spec prepara expansão no segmento de GNL em meio à crise no fornecimento de gás na Colômbia

Uma expansão do terminal de regaseificação Spec, em Cartagena, a única instalação de importação de gás natural liquefeito (GNL) da Colômbia, ajudará a aliviar o receio de um déficit iminente de gás natural, de acordo com um executivo da Promigas.

As obras, que adicionarão 130 MMf³/d (milhões de pés cúbicos por dia) à capacidade atual da planta de 400 Mf3/d, seriam concluídas em três anos.

Spec “estará pronto para regaseificar até 530.000 f³/d em janeiro de 2027”, disse o CEO da Promigas, Juan Manuel Rojas, durante a conferência Arpel-Naturgas Week, em Cartagena.

“Ele mostrou sua força, visto que temos de importar gás não só para geração de energia térmica, mas também para outros usos”.

Rojas afirmou que o Spec operou em plena capacidade durante março e abril, como resultado de uma seca induzida pelo El Niño que esvaziou os reservatórios hidrelétricos.

O executivo acrescentou que a planta fornece atualmente cerca de 70% do gás consumido pelas termelétricas da Colômbia.

Um relatório publicado pelo Ministério de Minas e Energia em fevereiro alertou que a Colômbia precisaria aumentar a capacidade de importação de gás em até 680 MMf³/d até o final da década para garantir o abastecimento do combustível fóssil.

Além do Spec, volumes adicionais de gás poderiam vir de novas estruturas de importação de GNL na costa atlântica, de importações da Venezuela e do projeto de GNL do Pacífico, há tempos debatido, segundo o relatório.

HIDROGÊNIO

Enquanto isso, Rojas lembrou que um projeto-piloto de hidrogênio inaugurado pela Promigas em 2022 mostrou que o gás está “a anos de distância” de se tornar competitivo na Colômbia.

Da mesma forma, os empreendimentos de biometano e termossolares ainda não são atrativos, do ponto de vista do investimento.

“São projetos complicados, e os números ainda não fazem sentido”, destacou ele.

Rojas revelou que o custo do hidrogênio verde produzido no piloto da Promigas ficava em torno de US$ 8-10/kg, excluindo transporte e armazenamento. O custo real nivelado era cerca de US$ 30/kg, segundo Rojas.

“Não é realista. Ainda há um longo caminho a percorrer para que os projetos sejam viáveis”, disse ele, acrescentando que os incentivos governamentais, a otimização da cadeia de abastecimento e uma maior certeza da demanda reduziriam os preços.

“Caímos na armadilha de estabelecer metas sem fazer as contas e questionar quem vai pagar por isso”, concluiu Rojas.