Summit Nanotech busca produzir lítio no salar chileno de Llamara

A empresa canadense Summit Nanotech e o grupo chileno Llamara fecharam um acordo para desenvolver conjuntamente o projeto Llamara, localizado no salar de mesmo nome, no norte do Chile.

Esta é a terceira joint venture da empresa, com sede em Calgary, no Chile cujo foco é expandir seus negócios no setor de lítio. A empresa também manifestou interesse, junto com seus parceiros de risco compartilhado, nas chamadas feitas pelo governo chileno para atrair parceiros privados.

De acordo com a estratégia nacional do lítio, “estamos interessados em produzir lítio econômico e ecologicamente correto”, disse a CEO da Summit Nanotech, Amanda Hall, à BNamericas. A empresa possui sua própria tecnologia de extração direta de lítio (DLE), chamada denaLi.

Llamara compreende 51.300 ha, mas em princípio a aliança com o Llamara Group será baseada em uma área de 4.000 ha, cujos “resultados de estudos geofísicos eletromagnéticos transitórios (TEM) e dados de perfuração mostram recursos indicados e inferidos de mais de 1,18 milhão de toneladas de carbonato de lítio equivalente", explicou Hall.

“As medições de amostras de superfície, com mais de 951 ppm de lítio, demonstram que pode haver concentrações do metal na formação produtora em profundidade (mais de 200 ppm). A Summit Nanotech realizará novas perfurações para definir o reservatório e analisar a salmoura com a tecnologia. “Vamos compilar esta informação para avaliar a possibilidade de aumentar os direitos da joint venture em 6.000 ha”, acrescentou.

Segundo Hall, a tecnologia EDL permitirá uma produção sustentável e maior recuperação de água no aquífero localizado no deserto do Atacama, a apenas 850 m acima do nível do mar e a 45 km da costa.

O local, na fronteira das regiões de Antofagasta e Tarapacá, é estratégico não só pelos seus recursos, mas também “pela proximidade a estradas, serviços públicos e pela elevada radiação solar, o que torna tangível o uso de energias renováveis e a otimização do funcionamento”, observou a executiva.

O projeto Llamara começou em 2021 sob a liderança do Llamara Group, um consórcio formado por empresas e profissionais da mineração local, que projetou uma produção de 60 mil toneladas por ano de carbonato de lítio equivalente por meio de uma operação com baixa pegada de carbono e abastecida apenas com energia limpa energia e água do mar não dessalinizada.

Por meio de um modelo de economia circular, Llamara geraria até mesmo hidrogênio verde fotocatalítico a partir de minerais locais, segundo o site do Llamara Group.

OUTROS ACORDOS

A Summit Nanotech possui mais uma joint venture com a chilena Cobax Mining, pertencente à britânica Lithium Sciences e que tem como missão estruturar um projeto de lítio no salar da ilha, na região do Atacama.

Hall comentou que já estão explorando e estruturando a estratégia de planejamento junto às comunidades vizinhas.

A executiva acrescentou que os detalhes da sua terceira aliança no Chile “são confidenciais”.