Tarcísio quer acelerar projetos de infraestrutura em SP

Tarcísio de Freitas (foto), novo governador do estado de São Paulo, anunciou a fusão de algumas secretarias para agilizar projetos de infraestrutura.

“Com este passo, São Paulo reforça sua liderança nos planos de infraestrutura do Brasil, já que o governador do estado tem uma agenda muito favorável tanto para privatizações quanto para concessões”, afirmou à BNamericas João Cortez, sócio da Vallya, consultoria focada em infraestrutura.

Tarcísio, que assumiu o cargo em 1º de janeiro e é ex-ministro da Infraestrutura, anunciou que a Secretaria Estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente serão fundidas à Secretaria de Logística.

O objetivo é acelerar a aprovação de licenças ambientais para projetos de infraestrutura, principalmente ferrovias e rodovias.

Freitas é um aliado próximo do ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro, que deixou o cargo no domingo, e deu sinais de que quer marcar a diferença com o novo líder de esquerda do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.

Se o governador for bem-sucedido em seus planos de acelerar concessões e privatizações, poderá emergir como um sério candidato às eleições presidenciais de 2026.

“A probabilidade é que o estado mais rico do país sirva de laboratório para mostrar os resultados de uma política governamental que defende a redução do papel do estado na economia, enquanto o governo federal defende um modelo de maior intervenção governamental. Veremos, ao final do mandato de quatro anos, quem produziu mais resultados”, acrescentou Cortez.

Ecoando Cortez, Lucas Fernandes, analista político da BMJ Consultores Associados, vê Freitas como um nome potencial para desafiar o Governo Federal.

“Tarcísio tende a se colocar em uma posição menos radical à direita, o que pode atrair forças de centro para o seu lado nas próximas eleições presidenciais. Além disso, a adoção de uma agenda para avançar a infraestrutura e reduzir os prazos para aprovar licenças ambientais não deverá atrair muita oposição de grupos ambientalistas, já que a maioria dos projetos em São Paulo não está em áreas ambientalmente sensíveis como em outras partes do país”, concluiu Fernandes.