Think tank examina propostas das candidatas presidenciais mexicanas para o setor energético

A menos de dois meses das eleições no México, marcadas para o dia 2 de junho, o think tank econômico IMCO apresentou sugestões para melhorar as propostas dos candidatos presidenciais para o setor energético, definindo uma lista de prioridades para os três subsetores principais.

“A itinerário proposto é baseado na compreensão do papel do petróleo e, especialmente, das receitas petrolíferas na transição energética, no papel do gás natural como combustível de transição – mais eficiente, acessível e limpo do que os seus outros homólogos fósseis – e nas necessidades de expansão e modernização das redes elétricas, bem como na expansão da capacidade de produção de eletricidade com a menor pegada de carbono possível”, afirmou o IMCO em um relatório.

Até o momento, as principais candidatas, Claudia Sheinbaum, representando o partido Morena do presidente Andrés Manuel López Obrador, e Xóchitl Gálvez, liderando a coligação de oposição PRI-PAN-PRD, apresentaram diferentes propostas de campanha para os setores do petróleo e do gás e, particularmente, os papéis que a empresa estatal Pemex e a concessionária nacional de energia CFE deveriam desempenhar. No entanto, ambas concordam que a transição energética deve ser uma prioridade com novos e maiores projetos renováveis.

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Segundo o IMCO, “o México necessita de uma matriz energética suficiente e diversificada que possa se adaptar a mudanças abruptas na oferta e na demanda”. Isso envolve propostas para os subsetores de produção de petróleo, distribuição de gás natural e geração de energia, nos quais a energia limpa entra em ação.

Petróleo

Na sua análise, o think tank determina uma maximização dos ativos do país a partir de uma perspectiva de equidade intergeracional, o que significa garantir que o rendimento da exploração de um recurso não renovável, como o petróleo, beneficie as gerações futuras que viverão quando ele se esgotar, e não apenas as atuais. As propostas são as seguintes:

1. Promover a colaboração entre a Pemex e os operadores do setor privado.
2. Redefinir o funcionamento do fundo petrolífero mexicano (FMP) para financiar a transição energética.
3. Desenvolver uma estratégia para que as refinarias processem produtos de maior valor agregado e reconfigurem instalações de petroquímica.
4. Facilitar a concessão de licenças de importação de combustíveis.

Gás

De acordo com o think tank, o gás natural pode ser utilizado como combustível de transição para ajudar o México a atingir os seus objetivos. O gás natural é a principal fonte de combustível do país, respondendo por 52% da geração de energia. E cerca de 70% do consumo interno é importado dos Estados Unidos, segundo relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). As propostas são:

1. Desenvolver infraestrutura de armazenamento de gás natural.
2. Criar infraestrutura de transporte de gás natural.
3. Projetar uma estratégia eficaz para minimizar as emissões fugitivas de metano para a atmosfera.

Energia elétrica

Neste setor, o IMCO sublinha que o fenômeno do nearshoring está aumentando a demando não só de produção, mas também de transmissão. Assim como no setor petrolífero, o Instituto destaca a importância de parcerias público-privadas em atender às necessidades do país em meio ao contexto do fenômeno do nearshoring.

1. Cumprir os requisitos e regulamentos para a obtenção de novas licenças de geração de energia elétrica.
2. Aplicar integralmente os recursos aprovados para investimento em infraestrutura de transmissão e distribuição.
3. Priorizar investimentos em áreas de negócios que a CFE gere lucros.
4. Aproveitar os mecanismos de financiamento de investimentos disponíveis.