TIM a caminho de concluir descomissionamento de datacenters ainda este ano

A brasileira TIM marcou um novo marco em seu projeto de migração para nuvem e continua no caminho certo para concluir o descomissionamento de todos os seus datacenters legados até o final de dezembro, segundo Auana Mattar, CIO da empresa.

“Acabamos de fazer uma grande migração [de workloads para a nuvem], uma das maiores dentro do nosso projeto, e estamos em linha com o planejado”, afirmou a executiva.

A migração a que Mattar se refere foi a do sistema de cobrança online (OCS) da TIM, concluída em 15 de setembro. Inicialmente, o OCS da TIM deveria ir para a nuvem até julho.

O OCS é uma das peças mais importantes no processo global de funcionamento de uma operadora de telecomunicações, pois é uma função de comunicação especializada que lhe permite cobrar ao utilizador pelos serviços em tempo real. Na TIM, esse sistema é fornecido pela Huawei.

“Essa foi a nossa grande última onda de migração. Agora estamos em um processo de long-tail e de migração de sistemas menores”, acrescentou Mattar.

Em agosto, a TIM havia transferido 85% de todas as cargas de trabalho definidas para irem à nuvem, disse anteriormente à BNamericas Franklin de Oliveira, gerente-sênior do centro de excelência em nuvem da empresa.

A TIM está transferindo para a nuvem dois datacenters, localizados em Santo André e no Rio de Janeiro.

A estratégia de migração multinuvem da TIM abrange três empresas como parceiros principais, sendo elas Google Cloud Platform (GCP) e, principalmente, Oracle Cloud Infrastructure (OCI) e Microsoft Azure.

A nuvem do Google é usada para tecnologias analíticas, a da Oracle principalmente para bancos de dados e processamento back-end e a da Microsoft para canais digitais e aplicativos front-end.

A TIM é uma das primeiras empresas de telecomunicações da América Latina a apostar na migração 100% dos sistemas de TI para nuvem.

Chamado de Journey to Cloud, o projeto de migração para a nuvem da empresa foi anunciado em 2020 e iniciado em março de 2021, inicialmente com as plataformas de CRM pós-pagas que compreendiam uma base total de mais de 16 milhões de consumidores.

Segundo Mattar, essa estratégia, aliada a investimentos em análise de dados, abriu caminho para que a empresa pudesse lançar rapidamente novos serviços e até testar novas aplicações, como a IA generativa.

A TIM encerrou agosto com 62,8 milhões de clientes. Cerca de 61,3 milhões deles eram móveis, representando uma participação de mercado de 24,3%. Os clientes pré-pagos representam 56% do total e os pós-pagos 44%.