Trabalhadores da mina chilena Escondida votarão proposta contratual

Mais de 2.300 trabalhadores da mina de cobre Escondida, no norte do Chile, estão votando uma proposta de contratação coletiva apresentada pela operadora BHP.

“A votação começou no dia 29 [de julho] às 9 horas e termina na quinta-feira, 1º de agosto, às 17 horas”, confirmou à BNamericas Patricio Tapia, presidente da diretoria do sindicato de trabalhadores Nº 1 de Escondida, que reúne mais de 95% das operadoras e mantenedores do maior depósito de cobre do mundo.

Caso não haja uma resposta às suas demandas, o sindicato está disposto a paralisar as operações mineradoras, como ocorreu em 2017, por mais de 40 dias.

Naquela ocasião, o sindicato pedia um bônus por trabalhador entre 21 milhões e 25 milhões de pesos (até US$ 26 mil pelo câmbio atual), mas, no final, foi acordada a ampliação do acordo e um bônus de 17 milhões de pesos no ano seguinte.

Em 2021, a organização conseguiu um novo acordo com a BHP, que incluiu um bônus de 21 milhões de pesos e um crédito facilitado de 3 milhões por trabalhador.

Agora, o sindicato apelou aos seus parceiros para se oporem à proposta contratual da BHP, cujos detalhes a Tapia preferiu manter confidenciais. No entanto, o jornal local El Mercurio informou que a oferta inclui benefícios e bônus de 20 milhões de pesos e um aumento salarial de 1%.

Caso a greve comece, qualquer das partes poderá solicitar uma mediação obrigatória por parte da Direção do Trabalho para facilitar um acordo, conforme estipulado pela Lei N° 20.940.

Nos 12 meses encerrados em junho, a Escondida registrou a maior produção de cobre dos últimos quatro anos, de 1,13 Mt (milhão de toneladas).

Para o ano fiscal de 2025, que se encerra em junho do próximo ano, a projeção está entre 1,18 M-1,30 Mt, o que, somado aos altos preços do cobre, pode pressionar a empresa a pagar bônus superiores aos dos anos anteriores.

A Escondida, na região de Antofagasta, pertence 57,5% à BHP, 30% à Rio Tinto e 12,5% à Jeco.