Transportadora argentina de gás planeja investir na produção de GLP

A empresa argentina de transporte de gás TGS planeja aumentar os investimentos na bacia de Neuquén.

A empresa já está executando uma expansão de capacidade de mais de US$ 200 milhões em sua planta de condicionamento de gás de Tratayén, na província de Neuquén, e deve iniciar em um mês as obras de expansão do duto de Vaca Muerte Norte, avaliadas em US$ 50 milhões.

O novo desembolso teria como alvo a infraestrutura de GLP, disse o CFO da TGS, Alejandro Basso, na teleconferência de resultados do segundo trimestre da empresa.

“Estamos avaliando fazer investimentos adicionais nesta planta para começar a extrair GLP em 2024”, afirmou Basso. “Como resultado, a TGS continua consolidando seus negócios de midstream em Vaca Muerta, oferecendo soluções eficientes para produtores de gás natural à medida que a empresa investe em grandes projetos de infraestrutura.”

As exportações de GLP da TGS caíram no segundo trimestre de 2022, de 41.000 t há um ano para 3.000 t, depois que a empresa acumulou estoques de gás natural para ajudar a garantir o atendimento da demanda local durante o período, normalmente caracterizado por picos de consumo. Algumas exportações de combustíveis líquidos estão previstas para o terceiro trimestre. “É claro que, para o quarto trimestre, esperamos que nosso nível de exportações volte aos patamares normais”, comentou Basso.

O ebitda correspondente às vendas de combustível líquido – GLP e gasolina natural – foi de 6,04 bilhões de pesos (US$ 45 milhões) no trimestre, abaixo dos 7,25 bilhões de pesos no mesmo período de 2021. O resultado foi impactado por preços mais altos do gás natural, de US$ 4,2/MMBTU (milhões de unidades térmicas britânicas) em comparação com US$ 2,9/MMBTU, além da inflação superando o aumento da taxa de câmbio e dos menores volumes de exportação.

Na planta de condicionamento de gás de Tratayén, a TGS pretende aumentar a capacidade para 15 MMm³/d (milhões de metros cúbicos por dia) até o final do ano, 21 MMm³/d em 2023 e 28 MMm³/d em 2024. Concluída em 2019 com capacidade de 5 MMm³/d, a planta passou por uma expansão de 2,4 MMm³/d sob um plano de capex de US$ 16 milhões em 2021.

O projeto de expansão do gasoduto Vaca Muerta Norte – para o qual a TGS aceitou uma proposta da empresa local Sacde – envolve a instalação de 32 km de dutos entre as áreas Toldos I (ExxonMobil) e El Trapial (Chevron). O gasoduto, concluído em 2019, fornece gás de produtores locais para a planta de condicionamento.

A produção de petróleo e gás não convencional em Vaca Muerta vem crescendo rapidamente, sobrecarregando a capacidade da infraestrutura existente. Várias iniciativas estão em andamento para aumentar a capacidade de despacho da bacia de Neuquén, com destaque para o megaprojeto do gasoduto de Vaca Muerta, que deverá entrar em fase de construção até o final de setembro, informaram os representantes da empresa durante a conferência. Os produtores da bacia de Neuquén bombearam 96,5 MMm³/d de gás em junho, um aumento de 17,7% em relação ao ano anterior, de acordo com dados publicados pelo instituto de pesquisa de energia General Mosconi.

A TGS, que transporta cerca de 60% do gás consumido no país, por mais de 9.100 km de gasodutos, disse anteriormente que a execução de projetos de midstream depende do andamento do projeto de mais de US$ 1,5 bilhão.

Representantes do governo declararam que querem colocar a primeira fase do projeto em operação no meio do ano de 2023, aproximadamente. Os contratos de construção associados deveriam ser assinados nesta quarta-feira. O duto apoiaria o crescimento contínuo da produção da bacia de Neuquén, gás que substituiria as importações caras durante o inverno e poderia ser usado para gerar exportações firmes durante todo o ano.