Uruguai atualizará metas de mudanças climáticas este ano

O Uruguai tem pressa para adaptar sua infraestrutura às mudanças climáticas e alinhar as regulamentações com as metas do Acordo Climático de Paris, com o governo preparado para oferecer assistência às construtoras que estiverem dispostas a investir em resiliência e eficiência energética.

As autoridades estão atualizando as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) do país para o Acordo de Paris, que atualmente cobrem apenas o período de 2020-2025, e uma versão preliminar será publicada para consulta pública em breve.

Espera-se que a versão final das NDCs para 2025-2030 esteja pronta até o final deste ano, informou Beatriz Olivet, assessora de meio ambiente do Ministério da Indústria, Energia e Mineração (MIEM), durante um webinar de sustentabilidade da construção realizado pela Câmara de Construção do Uruguai (CCU).

As NDCs atuais incluem compromissos para implementar rótulos obrigatórios de eficiência energética em novas estruturas, inclusive habitações.

Ela destacou que, embora cerca de US$ 4,5 trilhões tenham sido gastos em todo o mundo em construções e reformas durante 2018, somente US$ 139 bilhões foram gastos com eficiência energética.

Quando questionada pela BNamericas sobre como a atualização das NDCs afetaria a infraestrutura de transporte, Olivet afirmou que o principal objetivo nessa área é tornar as estruturas mais resilientes.

“Muitos projetos relacionados a inundações estão considerando prazos muito mais longos agora, como eventos climáticos durante um período de 100 anos”, apontou ela.

No início deste ano, Montevidéu foi atingida por fortes inundações, que as autoridades atribuíram à má infraestrutura de drenagem.

De acordo com Olivet, ambientes costeiros, como a capital, estão incluídos no plano de adaptação às mudanças climáticas de longo prazo do governo, ao lado de polos agrícolas e cidades do interior.

Ao mesmo tempo, as construtoras estão sendo estimuladas a investir em eficiência energética por meio de incentivos governamentais.

Entre 2016 e 2021, o governo forneceu US$ 563 mil a empresas para financiar estudos de eficiência energética.

Os incentivos futuros abrangerão a implementação de medidas de eficiência energética, começando pelas pequenas e médias empresas.