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‘Vai ser difícil a Pemex sobreviver à transição energética’, diz ONG

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‘Vai ser difícil a Pemex sobreviver à transição energética’, diz ONG

O Natural Resource Governance Institute (NRGI), ONG com sede em Nova York, prevê um futuro difícil para a empresa estatal mexicana de petróleo e gás Pemex, afirmando que ela provavelmente “não sobreviverá” à transição energética devido à sua crise financeira e ao declínio da produção.

“Vai ser difícil a Pemex fazer parte do grupo de petroleiras estatais que sobrevivem à transição energética até o fim, ou ser uma das últimas que restam”, afirmou a entidade em um relatório divulgado na última quarta-feira (15).

A dívida da estatal deve chegar a US$ 94,5 bilhões até o final deste ano. Embora isso represente uma redução em relação aos US$ 106 bilhões atuais, ela continuaria sendo considerada a petroleira mais endividada do mundo, apesar de ter recebido grandes somas de recursos públicos da administração do presidente Andrés Manuel López Obrador (AMLO).

No orçamento federal de 2024, o governo atribuiu 481 bilhões de pesos (US$ 29 bilhões) à Pemex, além de uma injeção de 145 bilhões de pesos para ajudar a saldar sua dívida.

“Sem lucros suficientes, a dívida da Pemex aumentará. Por sua vez, os credores se mostraram dispostos a continuar emprestando dinheiro à Pemex, dada a expectativa de que o apoio governamental continuará”, afirmou a ONG.

“No entanto, na medida em que mais credores passam a levar a sério o risco da transição energética e a necessidade de descarbonizar seus investimentos, esse apoio será cada vez mais questionado e as taxas de juros para a Pemex e/ou o governo mexicano aumentarão – na verdade, eles já começaram a aumentar. Isso poderia tornar proibitivos os custos de financiamento da empresa e causar uma espiral de problemas financeiros que, por sua vez, deixariam o apoio governamental muito oneroso”, apontou.

No entanto, as finanças da empresa não são o único problema para o futuro da petroleira. A ONG também criticou o modelo de negócios da companhia, que se concentrou em planos de refino que causaram perdas em um contexto de queda na produção de petróleo e gás. A Pemex e suas sócias reportaram a menor produção de óleo cru em 13 anos no primeiro trimestre do ano, com uma média de 1,54 MMb/d (milhões de barris por dia).

“A extração de petróleo sofreu um declínio em longo prazo. Mesmo com o apoio financeiro substancial do governo, a Pemex não conseguiu reverter significativamente a queda da produção, e é pouco provável que essa situação mude”, acrescentou a entidade.

As preocupações com o futuro da empresa federal de petróleo e gás aumentaram este ano com as perspectivas para as eleições presidenciais de 2 de junho.

Por um lado, Claudia Sheinbaum, a candidata escolhida pelo presidente e líder nas pesquisas, prometeu refinanciar a dívida da empresa e continuar com os planos iniciados por AMLO. Por outro, a candidata da oposição, Xóchitl Gálvez, apelou à modernização da Pemex para que possa se concentrar apenas na exploração e produção, além de agregar outras alternativas às suas atividades, como energia geotérmica e hidrogênio verde.

A Moody’s baixou a classificação de crédito da Pemex de 'B1' para 'B3' em 11 de fevereiro, apenas um nível acima do status de “junk”.

A Pemex divulgou seu plano de sustentabilidade no final de março, no qual apresentou suas intenções de reduzir as emissões de gases de efeito de estufa em 54% nos próximos seis anos e zerar as emissões líquidas até 2050, entre outras medidas.

O anúncio veio depois da publicação de uma estratégia de sustentabilidade com opções criadas pela Standard & Poor’s para ajudar a Pemex a melhorar sua imagem ESG, especialmente para as agências de classificação. Nessa publicação, a empresa incluiu dois modelos de negócio baseados no hidrogênio verde como opções de sustentabilidade a longo prazo, além de outras iniciativas.

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