Vale avança com programa de fechamento de barragens de rejeitos

A gigante brasileira de mineração de minério de ferro Vale está avançando nos esforços para fechar suas barragens de rejeitos, tarefa que está exigindo grandes investimentos das mineradoras no país.

A Vale concluiu em julho o encerramento de mais duas barragens de rejeitos a montante, a Baixo João Pereira (foto) na Mina Fábrica, em Congonhas, e o dique 4 da barragem Pontal, em Itabira, ambas no estado de Minas Gerais, informou a empresa em um comunicado.

As duas são as primeiras de cinco barragens que devem ser eliminadas este ano.

As barragens de rejeitos são uma grande dor de cabeça para a Vale e outras mineradoras no Brasil. Nos últimos anos, o país passou por duas tragédias ligadas ao rompimento de barragens. A primeira, em 2015, foi provocada por uma barragem em Mariana, Minas Gerais, operada pela fabricante de pelotas Samarco, joint venture Vale-BHP. O segundo incidente ocorreu em 2019, em Brumadinho, em uma mina pertencente à Vale. Juntos, os desastres causaram cerca de 300 mortes e graves consequências ambientais.

As autoridades ordenaram o fechamento de barragens de rejeitos em todo o país.

“Ao todo, das 30 estruturas construídas pelo mesmo método da barragem de Brumadinho, já são nove eliminadas desde 2019. Ao final de 2022, serão 12, que representam 40% das estruturas previstas no Programa de Descaracterização da empresa”, disse a Vale.

“A eliminação de todas as barragens a montante da Vale no Brasil é uma das principais ações da empresa para evitar que rompimentos como o da barragem em Brumadinho voltem a acontecer, tendo como prioridade, sempre, a segurança das pessoas e os cuidados com o meio ambiente”, acrescentou.

A Vale planeja investir US$ 4,3 bilhões para descomissionar suas barragens de rejeitos até 2035 e tem 4.800 trabalhadores envolvidos no programa atualmente, de acordo com o comunicado.