Vale enfrenta dificuldades para retomar operações em minas de cobre e níquel no Pará

A Vale está enfrentando dificuldades para retomar as operações de duas importantes unidades de mineração no Pará.

Em abril, a Justiça do Pará suspendeu novamente a licença de operação da mina de cobre da Vale em Sossego, no norte do estado, atendendo a um pedido da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), que alega ter havido “falha no cumprimento das exigências ambientais”.

A mina de Sossego responde por cerca de 15% da produção total de cobre da Vale, segundo os números mais recentes da empresa. No primeiro trimestre, a produção de cobre da Vale foi de 81,9 mil toneladas, com Sossego contribuindo com 12,3 mil.

Dada a dificuldade em derrubar a ordem judicial, a Vale, por meio de sua subsidiária Salobo Metais, proprietária da mina, implementará férias coletivas para os trabalhadores da unidade.

“A Salobo Metais informa que em razão da suspensão das atividades de operação da mina de Sossego pela Semas concedeu férias coletivas de 30 dias para 149 empregados [...]. A companhia reforça o cumprimento das condicionantes e dos controles socioambientais da sua atividade conforme determina a legislação e em respeito às comunidades vizinhas. A Salobo Metais segue adotando as medidas cabíveis para buscar reverter a decisão e seguir com a contribuição socioeconômica no município de Canaã dos Carajás”, afirmou a Vale em comunicado enviado à BNamericas.

A Vale também foi forçada a interromper as operações em sua mina de níquel de Onça Puma.

Em fevereiro, a Semas suspendeu a licença de operação, alegando descumprimento da regulamentação. Embora a empresa tenha conseguido anular a decisão, as autoridades estaduais suspenderam novamente a licença em abril.

Esta semana, o Supremo Tribunal Federal mediará as negociações entre a subsidiária da Vale, denominada Mineração Onça Puma, autoridades do município de Ourilândia do Norte e representantes do estado do Pará, incluindo o Ministério Público, em uma tentativa de preparar o caminho para a retomada das operações em Onça Puma.

Devido à paralisação, a Vale concedeu férias a 108 funcionários de Onça Puma e trabalha para reiniciar as operações o mais breve possível.

Há temor de demissões devido à paralisação das atividades. Em resposta à BNamericas, a assessoria de um sindicato dos mineradores do estado informou que a Vale cancelou o processo seletivo para contratar 130 trabalhadores em Onça Puma, além de 115 em Sossego, dada a suspensão das atividades.