Vale irá abastecer navio de minério de ferro com energia eólica

A Vale e a japonesa Mitsui OSK Lines (MOL) concordaram em instalar velas de rotor de energia eólica em graneleiro de minério de ferro de 200 mil toneladas como parte dos esforços para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.

A embarcação está atualmente operando sob um contrato de transporte de minério de ferro de médio prazo. A Norsepower Oy fornecerá as velas do rotor, enquanto a instalação está planejada para ser concluída no primeiro semestre de 2024, informou a MOL em comunicado.

“O Norsepower Rotor SailTM, feito de material compósito leve e forte e com um sistema de controle totalmente automatizado, produz empuxo à medida que o vento gera pressão diferencial em torno do rotor giratório enquanto a embarcação está navegando”, disse a MOL.

“Ao aplicar esta solução, espera-se que a embarcação atinja cerca de 6 a 10% de reduções de combustível e [gases de efeito estufa], combinadas com a tecnologia de otimização de viagens – permitindo avanços significativos em direção às metas de descarbonização e reduzindo o consumo de combustível”, acrescentou.

A Vale está implementando várias medidas de redução de emissões, incluindo alimentar as operações com energia renovável e investir em operações solares como Sol do Cerrado.

VENDA DA CSP

A Vale também anunciou a conclusão da venda da siderúrgica Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) para a ArcelorMittal por US$ 2,2 bilhões.

A CSP foi uma joint venture entre a Vale (50%) e as empresas sul-coreanas Dongkuk (30%) e Posco (20%).

“Esta transação reforça a estratégia da Vale de simplificação de portfólio, com foco nos principais negócios e oportunidades de crescimento, pautados pela alocação de capital disciplinada”, declarou a Vale em comunicado.

Enquanto isso, a ArcelorMittal disse que a aquisição oferece sinergias operacionais e financeiras significativas e potencial para futuras expansões. Dada a sua localização, a CSP também apresenta uma oportunidade de criar um polo de produção de aço de baixo carbono, capitalizando a ambição do estado do Ceará de desenvolver um polo de hidrogênio verde de baixo custo em Pecém.

“[Esta aquisição] nos permite atender o crescimento da demanda de aço, através da adição de capacidade de produção de placas de alta qualidade e competitivas em custo, provendo oportunidade de vender tanto dentro do nosso próprio grupo quanto para os mercados da América do Norte e do Sul. A longo prazo, também temos a opção de aumentar sua capacidade e adicionar instalações de acabamento, enquanto há um caminho claro para descarbonizar o ativo, tendo em vista os investimentos em energia renovável que estão sendo feitos no estado do Ceará”, afirmou em comunicado Aditya Mittal, presidente do grupo.