Vendas da Nokia na América Latina caíram novamente no 2º tri, à medida que fraqueza regional persiste

As vendas da Nokia na América Latina continuam decepcionando, com as receitas do segundo trimestre na região caindo 6% ano a ano e ficando em € 216 milhões (US$ 235 mi).

O resultado mostra alguma melhora, porém, em relação ao primeiro trimestre, quando as vendas caíram 25%.

A Nokia reportou vendas líquidas de € 388 milhões na América Latina no primeiro semestre, uma queda de 16% em relação ao ano anterior e de 13% em termos de moeda constante, embora tenha registado crescimento na Europa e no Oriente Médio no período.

A América do Norte, em particular, recuperou o crescimento no segundo trimestre, sendo a única geografia a registar aceleração de vendas, impulsionada por um contrato imenso com a AT&T.

“Estamos satisfeitos em ver um retorno ao crescimento na América do Norte, apoiado pelo benefício único da AT&T. Porém, além disso, também vimos um retorno ao crescimento no nosso negócio de infraestrutura de rede na América do Norte. Em outras regiões, houve fraqueza na maioria dos mercados”, disse o CFO Marco Wirén a investidores em uma teleconferência de resultados.

Na América Latina, Europa e Grande China, o segmento de redes IP diminuiu, enquanto América do Norte, Ásia-Pacífico e Índia reportaram crescimento. No geral, as vendas líquidas do segmento diminuíram 6% numa base de moeda constante, ficando em € 586 milhões.

O IP faz parte da operação da infraestrutura de rede, juntamente com redes ópticas e redes fixas. Todos esses segmentos tiveram quedas no segundo trimestre. As vendas líquidas de infraestrutura de rede diminuíram 11%, para € 1,52 bilhão.

“As redes fixas continuam bem posicionadas para beneficiar da forte procura no mercado de fibra. Isto é evidente em mercados onde a fibra ainda não é altamente penetrada e em mercados mais maduros onde os clientes estão começando a atualizar para XGS-PON ou 25G PON”, disse o CEO Pekka Lundmark na teleconferência.

“Em outras regiões, espera-se que os projetos de financiamento governamental comecem no final deste ano, e a Nokia foi o primeiro fornecedor a anunciar a disponibilidade de produtos compatíveis como Buy America.”

INFINERA

Lundmark também comentou que a aquisição da Infinera aumentará significativamente a escala e a lucratividade dos negócios de redes ópticas da Nokia, principalmente na América do Norte.

Espera-se igualmente que a transação aumente a exposição empresarial da empresa em infraestrutura de rede, acrescentou o CEO, especialmente “quando se considera as recentes vitórias em design de webscale da Infinera em sistemas e plugáveis”.

O negócio combinado deverá atingir mais de € 600 milhões em vendas anuais de webscale em óptica. A transação deverá ser concluída no primeiro semestre de 2025.

ASN

Com relação ao desinvestimento das redes submarinas ASN por parte da Nokia, Lundmark explicou que a venda era prevista há algum tempo. O acordo foi fechado com o governo francês.

Segundo o executivo, como parte do acordo original de aquisição da Alcatel-Lucent em 2016, que levou à criação da ASN, a França tinha direito de veto relacionado a decisões estratégicas, o que limitava a liberdade da Nokia de “manobrar o negócio”.

“Só agora conseguimos finalmente encontrar uma solução com o Estado francês, sendo agora um bom momento para eles adquirirem o negócio. Foi mais tático que, após longas discussões, conseguíssemos nos encontrar sobre os termos e condições”, concluiu.