Viavi prevê expansão do Open RAN até o final de 2023 na América Latina

A Viavi enxerga uma oportunidade na América Latina com a migração das redes 4G para 5G e prevê uma expansão do Open RAN a partir do segundo semestre de 2023.

“Não tenho dúvidas de que o Open RAN é a tecnologia do futuro”, disse à BNamericas Everton Souza, gerente de contas e especialista em pré-vendas de produtos sem fio da Viavi na América Latina.

A empresa com sede no Arizona, EUA, oferece soluções de teste, monitoramento e garantia de rede para redes de telecomunicações. A companhia está trabalhando em testes de Open RAN com operadoras no Peru e no Brasil, entre outros países.

Souza explicou que novos players como Mavenir, Parallel Wireless e Fujitsu estão impulsionando o Open RAN na América Latina, mas, até agora, a maioria das experiências vem de laboratórios ou redes menores.

“As operadoras já começaram a compartilhar e criar uma estratégia [de Open RAN] para verificar qual será a melhor composição em relação aos provedores, ao desempenho e à compatibilidade que terão com as redes existentes”, destacou.

A Viavi espera as primeiras redes comerciais para o segundo semestre de 2023, com equipamentos Open RAN de 4G e 5G.

A maior implantação de Open RAN até agora está sendo feita pela Tigo na Colômbia para serviços 4G. A Telefónica, uma das maiores promotoras do Open RAN na região, espera implantar a tecnologia de maneira massiva entre 2023 e 2024.

Um relatório da Viavi indica que, em março de 2022, 64 operadoras de todo o mundo anunciaram a participação no desenvolvimento do Open RAN. Entre elas, 23 já realizaram implantações e 34 estão em fase de testes. Outras sete anunciaram que estão em uma fase anterior à de testes.

Na América Latina, as primeiras redes 5G já começaram a ser implantadas, embora com equipamentos tradicionais. No Brasil, a ativação das primeiras redes autônomas na faixa de 3,5 GHz está prevista para este ano.

A maioria das redes 5G está sendo implantada de modo não autônomo (NSA). Apenas 24 redes em todo o mundo estavam usando um núcleo de rede 5G, de acordo com a Viavi.

A região também conta com algumas experiências de 5G que aproveitam a tecnologia de compartilhamento dinâmico de espectro (DSS), que, na opinião de Souza, “sempre apresenta uma experiência inferior ao 4G”.

Souza explicou que essa tecnologia, ao compartilhar espectro com o 4G, oferece uma experiência de usuário menor do que se esse mesmo espectro fosse agregado e totalmente utilizado para o 4G.

No final de janeiro de 2022, 72 países em todo o mundo tinham redes 5G. No continente americano, são 419 cidades cobertas com a tecnologia móvel mais recente.