Violência ofusca acordo entre ArcelorMittal e sindicato para encerrar greve no México

Membros dissidentes do sindicato de mineração e metalurgia SNTMMSSRM recorreram à violência para manter a ocupação das instalações da ArcelorMittal em Lázaro Cárdenas, no estado mexicano de Michoacán, apesar de um acordo firmado na noite da última quinta-feira (18) para encerrar a greve que já se estende por 55 dias.

Em comunicados separados, o sindicato, a ArcelorMittal e o Ministério do Trabalho informaram que a maioria dos membros da unidade 271 do SNTMMSSRM, formada por mais de 3.000 trabalhadores, votou a favor da proposta apresentada pela siderúrgica em assembleia extraordinária, concordando em suspender a greve, que começou em 24 de maio e foi declarada ilegal por um tribunal. 

“Infelizmente, um grupo de dissidentes optou por continuar com o bloqueio ilegal com atos de violência, colocando em risco a segurança dos presentes e da população do município de Lázaro Cárdenas”, afirmou a ArcelorMittal em um novo comunicado divulgado nesta sexta-feira.

A empresa sediada em Luxemburgo apelou às autoridades para que defendam o estado de direito e garantam a segurança na região. Também exigiu que o sindicato cumpra seus regulamentos e respeite a decisão aceita pela maioria dos trabalhadores sindicalizados.

A ArcelorMittal havia especificado em um comunicado anterior, publicado após o acordo, que as atividades poderiam ser retomadas assim que os protocolos de reinício das operações fossem devidamente implementados e houvesse certeza de que as condições técnicas, de saúde e segurança ocupacional estivessem presentes.

Até quinta-feira, a paralisação da produção de aço havia gerado uma perda estimada de um milhão de toneladas, consistindo em 800.000 toneladas durante a greve e mais 200.000 toneladas devido ao processo de inicialização, segundo um comunicado da empresa. “Os cancelamentos de pedidos e a perda de clientes têm sido muito relevantes, vai ser difícil recuperar o mercado”, lamentou a empresa.