V.tal vai adquirir base de banda larga da Oi com oferta de R$ 5,6 bi

A V.tal, empresa de rede neutra e infraestrutura digital, está a um passo de adquirir a base de banda larga de fibra da Oi, conhecida como ClientCo, após apresentar a única proposta para a unidade da telecomunicação.

A V.tal é controlada por fundos vinculados ao BTG Pactual e foi a única licitante autorizada a participar da segunda rodada do leilão, nesta quarta-feira (25).

A Oi notificou o mercado que a V.tal ofereceu R$ 5,6 bilhões (US$ 1,03 bilhão), dos quais R$ 4,99 bilhões seriam pagos em ações. A Oi detém 17% de participação na V.tal.

Na primeira rodada, a provedora de serviços de Internet Ligga Telecomunicações foi a única licitante. A oferta de R$ 1,03 bilhão (US$ 188 milhões) – mais de 86% abaixo do preço de referência de R$ 7,3 bilhões – foi rejeitada pelos credores da Oi.

De acordo com os termos do processo de recuperação judicial em andamento da Oi, a V.tal/BTG se comprometeu a apresentar uma proposta em uma segunda rodada, se não houvesse outros interessados. A empresa também teria o direito de igualar quaisquer propostas que pudessem ter sido apresentadas na segunda rodada.

A Ligga apresentou um pedido para participar da segunda rodada após o prazo. Inicialmente, o tribunal responsável pelo caso da Oi permitiu que a empresa participasse. No entanto, minutos antes do início do processo na quarta-feira e após uma objeção legal apresentada pela V.tal, a Ligga foi excluída.

A base de clientes de fibra da Oi é a segunda maior do país, com quase 4,5 milhões de acessos no final de julho, ou 11,6% do total do Brasil.

ANÁLISE

Composta por backbones e backhauls de fibra, a rede de fibra da Oi (InfraCo) foi vendida durante o primeiro processo de recuperação judicial da operadora, há três anos.

Essa venda, em 2021 para os fundos do BTG levou à criação da V.tal, lançada para se tornar uma plataforma neutra e de atacado para locação de fibra a provedores de serviços de internet e demais operadoras.

Os fundos do BTG compraram 57,9% da InfraCo por R$ 12,9 bilhões.

Ao absorver a base de clientes de fibra da Oi – a parte de varejo do negócio de fibra – a V.tal se afasta de sua proposta original de atacado.

Em teoria, essa mudança poderia prejudicar a capacidade da empresa de ser vista como independente em relação ao atacado, com alguns operadores já relutantes em firmar contratos de arrendamento de fibra com a V.tal, sabendo que a Oi é sócia da empresa.

Fontes do mercado informaram à BNamericas nos últimos meses que, à medida que a V.tal avançava na aquisição dos clientes de fibra da Oi, essa transição poderia marcar o término da empresa como um provedor neutro de serviços de atacado.