YPF Luz não descarta obras de transmissão para apoiar expansão das energias renováveis

A geradora argentina YPF Luz sugeriu que gastos futuros em obras de expansão da rede eram possíveis.

Com uma cota de 35% de energia vendida, a YPF Luz é o maior player individual no mercado a termo Mater, onde fabricantes contratam energia limpa ao abrigo de contratos privados de compra de energia (PPAs) com geradores de renováveis.

Os gargalos na transmissão estão impondo obstáculos ao crescimento do Mater, já que alguns projetos planejados para corredores congestionados não conseguem garantir a capacidade de despacho prioritário de transmissão. O congestionamento também constitui um obstáculo à expansão contínua do parque global de produção de energia do país.

De acordo com as alterações na regulamentação do Mater, os geradores podem solicitar autorização para realizar obras de expansão da transmissão para apoiar a adição de seus projetos de geração. 

Em um acontecimento relacionado, neste semestre, o departamento federal de energia solicitou ao setor privado que apresentasse manifestações de interesse na realização de obras de transmissão de 500 kV. O convite destina-se a players existentes ou futuros no mercado atacadista de energia e a grandes offtakers existentes ou futuros ligados ao setor de mineração.

“Isso [projetos de transmissão] é algo que normalmente não fazemos, mas se no futuro for necessário e rentável para a empresa, poderemos analisar para ter mais capacidade de geração renovável”, afirmou o gerente financeiro da YPF Luz, Gabriel Abalos, durante a teleconferência de resultados do terceiro trimestre da empresa.

Enquanto isso, o último leilão de capacidade de despacho prioritário de transmissão do Mater atraiu 60 projetos. Após um processo de desempate, a Cammesa, administradora do mercado atacadista de energia, concedeu capacidade a 23 projetos. Entre os premiados estava a desenvolvedora Windenergy Argentina, com 440 MW de capacidade de despacho prioritário e a autorização associada para realizar obras na estação transformadora de 500 kV e expandir a capacidade de transmissão para o projeto eólico Olavarria, de 180 MW, na província de Buenos Aires.

Entre aqueles que não obtiveram capacidade estava a YPF Luz, que solicitou 168 MW de capacidade de despacho prioritário parcial e autorização para realizar trabalhos associados na rede para o projeto eólico Los Aromos, de 168 MW, em Buenos Aires. As empresas Luz de Tres Picos, Genneia e Energy Point também buscaram, sem sucesso, capacidade de despacho prioritário e autorização para realizar obras na rede nas províncias de Buenos Aires, Río Negro e San Luis, respectivamente. Maior player de energias renováveis do país, a Genneia ganhou capacidade para vários outros projetos.

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O Mater tem impulsionado o crescimento da capacidade eólica e solar instalada do país em um contexto de ausência de leilões de fornecimento regulado de energia, que só foram retomados recentemente através do RenMDI. Porém, a falta de capacidade de transmissão está provocando turbulências. A demanda por PPAs privados por parte das empresas é saudável e movida por fatores como segurança de preços e fornecimento, descarbonização e cumprimento das metas locais de energias renováveis. Além disso, alguns geradores estão buscando maneiras de implementar ativos em pesos. Cerca de 49% da receita da YPF Luz provém de PPAs privados e 34% de contratos de compra de energia com a Cammesa.

Em geral, além do acesso restrito a financiamento de longo prazo, o desenvolvimento contínuo de projetos de grande escala, que exigem acesso ao sistema de transporte, é dificultado pela falta de capacidade disponível.

Enquanto isso, a capacidade instalada da YPF Luz cresceu 27,8% ano a ano no terceiro trimestre, para 3,17 GW, refletindo o comissionamento de seu primeiro parque solar fotovoltaico, Zonda, e a aquisição da geradora termelétrica Dock Sud da Enel no início do ano. A YPF Luz está construindo o parque eólico General Levalle, de 155 MW, visando o Mater, na província de Córdoba. A planta deve entrar em operação comercial no quarto trimestre de 2024. Composta por 25 turbinas Vestas de 6,2 MW cada, a usina de mais de US$ 260 milhões será o quarto parque eólico da YPF Luz.

Leilão TerCONF

A Dock Sud está participando do leilão de fornecimento termelétrico TerCONF. A empresa busca um contrato de fornecimento regulado correspondente a 65 MW de capacidade de ciclo combinado de alta eficiência em sua planta de Buenos Aires, oferecendo um preço de US$ 8.800/MW por mês.

O regulador de energia Enre autorizou a Dock Sud a acessar a capacidade de transmissão. A medida está relacionada a um projeto de expansão de 72 MW, segundo uma resolução publicada em junho. Os trabalhos no projeto estavam em andamento este ano.

No TerCONF, os licitantes poderão apresentar projetos de geração ou cogeração empregando qualquer tecnologia. Podem participar projetos novos e aqueles com menos de 15.000 horas de uso.

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