
Presidente eleito do Panamá tem desafios significativos pela frente

Por Sebastian Fernandez de Soto, analista da área de análise de risco global da Control Risks
As eleições gerais do Panamá, realizadas em 5 de maio, resultaram na vitória de José Raul Mulino, antigo ministro de Segurança Pública, com 34% de apoio. O empresário independente Ricardo Lombana, do Movimiento Otro Camino (MOCA), ficou em segundo lugar, com quase 25%, enquanto o ex-presidente Martin Torrijos ocupou o terceiro, com 16%.
Mulino venceu devido ao apoio do ex-presidente Ricardo Martinelli (2009-2014), desqualificado da disputa presidencial depois que a Suprema Corte ratificou uma sentença de corrupção por lavagem de dinheiro, em fevereiro de 2024. A administração de Martinelli é lembrada positivamente pelos cidadãos panamenhos, graças aos investimentos significativos em infraestrutura e ao crescimento econômico considerável, que evidenciam como a nostalgia moldou as preferências dos eleitores e aumentou o apoio a Mulino.
Por outro lado, os eleitores também destacaram o desejo de mudança, uma vez que os candidatos independentes, a maioria da coligação Vamos, ganharam a maior parte das cadeiras, com 20 membros eleitos na Assembleia Nacional. O partido de Mulino, Realizando Metas, obteve 14 cadeiras, enquanto o Partido Revolucionario Democrático (PRD), no poder, conseguiu apenas 13 cadeiras, seu pior resultado eleitoral em anos. Com mais seis partidos entrando na legislatura, Mulino provavelmente precisará buscar um consenso para formar uma bancada governista.
A questão de Martinelli, que permanece na embaixada da Nicarágua depois de receber asilo político, será um teste inicial importante. Embora Mulino tenha enfatizado em seu discurso de vitória que não era fantoche de ninguém, o apoio de Martinelli foi fundamental para sua vitória. O perdão é altamente improvável, dado o apoio obrigatório do Legislativo, mas uma opção seria permitir que Martinelli deixasse o país. A medida é arriscada para Mulino, considerando o amplo apoio à prisão de Martinelli, uma vez que os eleitores demonstraram preocupação com a continuidade da corrupção.
Outras questões urgentes exigirão a atenção da próxima administração. A crise migratória na região de Darién, na fronteira com a Colômbia, sobrecarregou as autoridades panamenhas. Mulino prometeu fechar a fronteira; no entanto, isso continua sendo impossível devido à selva extremamente densa.
O novo governo provavelmente tentará limitar os fluxos migratórios, o que poderá colocar Mulino em conflito com a administração de esquerda do presidente colombiano Gustavo Petro, que enfatizou a abordagem das causas da migração, em vez de bloquear os fluxos migratórios. Além disso, grupos criminosos organizados têm utilizado cada vez mais esses fluxos de migrantes para contrabandear drogas ilícitas para o Panamá, para posterior transporte através de portos, provocando um aumento dos riscos de segurança no país.
Além disso, Mulino enfatizou o crescimento econômico e a atração de investimento internacional, embora a confiança empresarial tenha diminuído significativamente depois que os protestos levaram ao encerramento da mina Cobre Panamá, que respondia por 5% do PIB do país.
Mulino rejeitou a reabertura da mina e propôs o diálogo com a Minera Panamá, subsidiária da First Quantum Minerals, com a condição de que a empresa interrompa o processo de arbitragem internacional, que poderia custar bilhões de dólares ao país.
Enquanto isso, uma seca prolongada está afetando as receitas de pedágio do Canal do Panamá, uma vez que os níveis mais baixos das águas limitam o número de navios que podem passar por ele.
Para concluir, o crescimento econômico e a importante plataforma de investimento social de Mulino enfrentam desafios substanciais impulsionados pelas projeções econômicas fracas, redução nas receitas governamentais, déficits fiscais crescentes e uma legislatura fragmentada, que exigirá que o governo busque consenso político para aprovar reformas significativas.
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